terça-feira, 9 de abril de 2013

‘Flor do Caribe’: Licurgo Spínola, ex-tenente na vida real, dá aula para colegas de elenco

Licurgo Spínola nunca se sentiu tão à vontade num papel. O ator, que interpreta o coronel Mantovani em “Flor do Caribe”, é filho de general, irmão de militares e foi tenente do Exército na juventude. A farda lhe cai tão bem, que ele nem precisou fazer workshop para encarnar o personagem.

— Estou usando toda a minha vivência nesse universo. Numa das primeiras cenas, a do funeral de Cassiano (Henri Castelli), os atores do núcleo da Aeronáutica contaram com o apoio de militares, que davam orientações sobre postura e outras coisas. No fim, os oficiais vieram dizer que eu parecia um deles de verdade — diverte-se.

Com tanta experiência nas costas, o ator aproveita para dar dicas aos parceiros Thiago Martins, Dudu Azevedo e Max Fercondini.

— Dei uns toques, mas tudo muito na amizade, claro. Como já passei por esse doutrinamento, fica mais fácil para mim perceber quando a figuração não convence. São detalhes sobre como bater continência e apresentar armas, a importância de manter os dedos unidos...

Após uma temporada no SBT, onde estrelou a novela “Amor e revolução”, Licurgo foi convidado para uma participação de três meses no folhetim da Globo. Porém, com o desenvolvimento da trama, o ator acredita que seu personagem ficará até o fim.

— No início, ele participou das tentativas de resgate de Cassiano. Agora Mantovani e seu grupo ficarão envolvidos nas investigações do sumiço do rapaz — conta ele, explicando que a volta do protagonista não soluciona o caso: — Como ele é uma espécie de top gun, um dos melhores, a Aeronáutica certamente precisaria investigar o motivo de seu desaparecimento, porque ele é um arquivo vivo, alguém que conhece muitas informações de guerra e de interesse estratégico.

Mulher na área

A entrada da tentente Isabel (Thaíssa Carvalho) na trama foi vista com bons olhos por Licurgo. Como tenente, ele serviu ao Exército numa época em que mulheres ainda não eram bem-vindas no meio militar.

— Atualmente, a posição de piloto é majoritariamente masculina. Antes existia muito machismo , hoje é muito mais interessante, porque, diferentemente do homem, que é mais combativo, a mulher é mais generosa e agregadora — diz ele, que não poupa elogios a Thaíssa: — Além disso, a novela fica muito mais colorida, agradável e bonita, claro.

Foto: Renato Rocha Miranda/Rede Globo/Divulgação

Jornalista: Pedro Zuazo