Licurgo Spínola nunca se sentiu tão à vontade num papel. O ator, que
interpreta o coronel Mantovani em “Flor do Caribe”, é filho de general,
irmão de militares e foi tenente do Exército na juventude. A farda lhe
cai tão bem, que ele nem precisou fazer workshop para encarnar o
personagem.
— Estou usando toda a minha vivência nesse universo.
Numa das primeiras cenas, a do funeral de Cassiano (Henri Castelli), os
atores do núcleo da Aeronáutica contaram com o apoio de militares, que
davam orientações sobre postura e outras coisas. No fim, os oficiais
vieram dizer que eu parecia um deles de verdade — diverte-se.
Com tanta experiência nas costas, o ator aproveita para dar dicas aos parceiros Thiago Martins, Dudu Azevedo e Max Fercondini.
—
Dei uns toques, mas tudo muito na amizade, claro. Como já passei por
esse doutrinamento, fica mais fácil para mim perceber quando a figuração
não convence. São detalhes sobre como bater continência e apresentar
armas, a importância de manter os dedos unidos...
Após uma
temporada no SBT, onde estrelou a novela “Amor e revolução”, Licurgo foi
convidado para uma participação de três meses no folhetim da Globo.
Porém, com o desenvolvimento da trama, o ator acredita que seu
personagem ficará até o fim.
— No início, ele participou das
tentativas de resgate de Cassiano. Agora Mantovani e seu grupo ficarão
envolvidos nas investigações do sumiço do rapaz — conta ele, explicando
que a volta do protagonista não soluciona o caso: — Como ele é uma
espécie de top gun, um dos melhores, a Aeronáutica certamente precisaria
investigar o motivo de seu desaparecimento, porque ele é um arquivo
vivo, alguém que conhece muitas informações de guerra e de interesse
estratégico.
Mulher na área
A entrada da
tentente Isabel (Thaíssa Carvalho) na trama foi vista com bons olhos por
Licurgo. Como tenente, ele serviu ao Exército numa época em que
mulheres ainda não eram bem-vindas no meio militar.
— Atualmente, a
posição de piloto é majoritariamente masculina. Antes existia muito
machismo , hoje é muito mais interessante, porque, diferentemente do
homem, que é mais combativo, a mulher é mais generosa e agregadora — diz
ele, que não poupa elogios a Thaíssa: — Além disso, a novela fica muito
mais colorida, agradável e bonita, claro.
Foto: Renato Rocha Miranda/Rede Globo/Divulgação