Depois de 16 anos na Globo, ele mudou de emissora para interpretar Rubens, um líder revolucionário da luta armada que tem um romance com Jandira, personagem de Lúcia Veríssimo. A última aparição de Spínola na TV havia sido na novela Tempos modernos, ano passado, na Globo.
Spínola adianta que o telespectador o verá em muitas cenas de ação. “O Rubens vai protagonizar sequências com perseguições, assaltos, sequestros”, avisa. Para se preparar, o ator, que antes de ingressar na carreira artística foi tenente-dentista do Exército por um ano, fará um treinamento. “A vida militar não é exatamente novidade para mim. Vou relembrar o que já aprendi.”
Ler bastante também faz parte da preparação de Spínola para o papel. Na bibliografia do ator, aparecem obras como Abaixo a ditadura!, de Cláudio Martins; e Confesso que peguei em armas, de Pinheiro Salles. “Lendo, fiquei impressionado com o grau de crueldade dos militares e com a resistência dos que lutavam contra a ditadura. É esse sentimento, de morrer pela liberdade do país, que eu busco para construir o Rubens”, revela.
A expectativa para a estreia no SBT é a melhor possível, garante o experiente ator. “Acredito que Amor e revolução será um marco na dramaturgia brasileira. Vamos tirar o véu desse período negro da história do nosso país”, afirma. “Acho que o público ficará curioso para saber mais sobre a história”, conclui.
GLOBO RECUSOU O PROJETO – A ideia de fazer uma novela que tivesse como objeto central a ditadura brasileira surgiu na cabeça de Tiago Santiago há mais de 10 anos, quando ainda era da Globo. Em 1997, chegou a apresentar a proposta de Amor e revolução à direção da emissora, mas não vingou. Talvez, agora, este seja o melhor momento para que a história aconteça.
Tiago Santiago diz que o folhetim vem com a missão de revolucionar o segmento de novelas do SBT. “Estamos com a expectativa muito grande para emplacar este sucesso. Minhas novelas originais conseguiram atingir a liderança no Ibope, ficando até à frente do Jornal Nacional”, torce Santiago.
“A gente tem todos os mecanismos para fazer um grande trabalho”, afirma Sérgio Madureira, produtor-executivo de Amor e revolução. Madureira, com 33 anos de experiência em novelas e especiais da Globo, mostrou a que veio ao organizar um workshop – com direito a tiros e atores vestidos de soldados – para todo o elenco, com ex-presos políticos. Tudo para dar mais bagagem à equipe. Também egresso da Globo, lá está o diretor Reinaldo Boury.
Para fugir, outra vez, de prática que tem se tornado regra na rede de Silvio Santos, a nova novela não será obra fechada: a estreia está prevista para o fim de março e, portanto, aberta a ajustes e adaptações ao gosto do freguês/audiência. O horário de exibição, a partir das 22h, foi definido justamente em função da liberdade em mostrar toda a violência que se julgar necessária para o contexto e, de quebra, evitar o confronto com a faixa nobre da Globo.
Por tratar-se de um tema que tende a gerar polêmica, a equipe de Amor e revolução tem se esmerado nos detalhes. Santiago recomendou aos atores que evitem os “cacos” (improvisos), para não correr o risco de melindrar qualquer personagem da história. Ao fim de cada capítulo, pessoas que vivenciaram o período são convidadas a dar o seu depoimento – como acontecia em Viver a vida, novela da Globo. A produção ainda tenta que a presidente Dilma Rousseff dê seu testemunho. Mas Boury, o diretor, avisa: “Quem quiser falar alguma coisa contra, o canal está aberto e pode se manifestar também”.
Data: 31/01/2011
Fonte: Jornal Estado de Minas
Muito bom! Estou acompanhando a novela e desejo boa sorte nessa nova fase, você merece!
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