segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Licurgo Spínola: “Acredito que Amor e Revolução será um marco na dramaturgia brasileira”

Amor e revolução promete literalmente revolucionar o segmento de novelas no SBT. O ator Licurgo Spínola está no elenco, no papel de um líder da luta armada

Tudo bem que Cláudio Lins e Graziella Schmitt vão fazer o principal par romântico na novela Amor e revolução, no SBT/Alterosa, mas Licurgo Spínola será outro protagonista da trama de Tiago Santiago, que deve estrear em março, reconstituindo o período da ditadura militar no Brasil.

Depois de 16 anos na Globo, ele mudou de emissora para interpretar Rubens, um líder revolucionário da luta armada que tem um romance com Jandira, personagem de Lúcia Veríssimo. A última aparição de Spínola na TV havia sido na novela Tempos modernos, ano passado, na Globo.


Paixão
“Rubens e Jandira vivem uma paixão intensa”, conta Spínola. “Sonham em construir uma família, mas seu ideal revolucionário é muito forte”, continua. “Os dois vivem à beira de um abismo, enfrentando o perigo. Cada beijo deles pode ser o último. Eles são a síntese da novela, são amor e revolução. O título do folhetim, aliás, é uma fala do meu personagem”, revela o ator.

Spínola adianta que o telespectador o verá em muitas cenas de ação. “O Rubens vai protagonizar sequências com perseguições, assaltos, sequestros”, avisa. Para se preparar, o ator, que antes de ingressar na carreira artística foi tenente-dentista do Exército por um ano, fará um treinamento. “A vida militar não é exatamente novidade para mim. Vou relembrar o que já aprendi.”

Ler bastante também faz parte da preparação de Spínola para o papel. Na bibliografia do ator, aparecem obras como Abaixo a ditadura!, de Cláudio Martins; e Confesso que peguei em armas, de Pinheiro Salles. “Lendo, fiquei impressionado com o grau de crueldade dos militares e com a resistência dos que lutavam contra a ditadura. É esse sentimento, de morrer pela liberdade do país, que eu busco para construir o Rubens”, revela.

A expectativa para a estreia no SBT é a melhor possível, garante o experiente ator. “Acredito que Amor e revolução será um marco na dramaturgia brasileira. Vamos tirar o véu desse período negro da história do nosso país”, afirma. “Acho que o público ficará curioso para saber mais sobre a história”, conclui.

GLOBO RECUSOU O PROJETO – A ideia de fazer uma novela que tivesse como objeto central a ditadura brasileira surgiu na cabeça de Tiago Santiago há mais de 10 anos, quando ainda era da Globo. Em 1997, chegou a apresentar a proposta de Amor e revolução à direção da emissora, mas não vingou. Talvez, agora, este seja o melhor momento para que a história aconteça.

Tiago Santiago diz que o folhetim vem com a missão de revolucionar o segmento de novelas do SBT. “Estamos com a expectativa muito grande para emplacar este sucesso. Minhas novelas originais conseguiram atingir a liderança no Ibope, ficando até à frente do Jornal Nacional”, torce Santiago.

“A gente tem todos os mecanismos para fazer um grande trabalho”, afirma Sérgio Madureira, produtor-executivo de Amor e revolução. Madureira, com 33 anos de experiência em novelas e especiais da Globo, mostrou a que veio ao organizar um workshop – com direito a tiros e atores vestidos de soldados – para todo o elenco, com ex-presos políticos. Tudo para dar mais bagagem à equipe. Também egresso da Globo, lá está o diretor Reinaldo Boury.

Para fugir, outra vez, de prática que tem se tornado regra na rede de Silvio Santos, a nova novela não será obra fechada: a estreia está prevista para o fim de março e, portanto, aberta a ajustes e adaptações ao gosto do freguês/audiência. O horário de exibição, a partir das 22h, foi definido justamente em função da liberdade em mostrar toda a violência que se julgar necessária para o contexto e, de quebra, evitar o confronto com a faixa nobre da Globo.

Por tratar-se de um tema que tende a gerar polêmica, a equipe de Amor e revolução tem se esmerado nos detalhes. Santiago recomendou aos atores que evitem os “cacos” (improvisos), para não correr o risco de melindrar qualquer personagem da história. Ao fim de cada capítulo, pessoas que vivenciaram o período são convidadas a dar o seu depoimento – como acontecia em Viver a vida, novela da Globo. A produção ainda tenta que a presidente Dilma Rousseff dê seu testemunho. Mas Boury, o diretor, avisa: “Quem quiser falar alguma coisa contra, o canal está aberto e pode se manifestar também”.

Data: 31/01/2011

Fonte: Jornal Estado de Minas

Um comentário:

  1. Muito bom! Estou acompanhando a novela e desejo boa sorte nessa nova fase, você merece!

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